REVIEW | SPRAWLRUNNERS

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O gênero cyberpunk é um tema que sempre esteve em destaque na mídia, ganhando uma enorme força com o lançamento de Cyberpunk 2077, mas no meio dos RPGs de mesa, outros títulos já tinham fama, como o próprio Cyberpunk RED, Shadowrun, e agora se unindo ao time, Sprawlrunners, vindo através de Savage Worlds, que traz um mundo futurístico, veloz e furioso.

O começo de uma lenda

Sprawlrunners traz um universo bem aberto para os mestres que quiserem criar suas aventuras futuristas, desde um cenário em que exista apenas a tecnologia e humanos como opções, como mundos em que magia e a tecnologia coexistem, trazendo a possibilidade de seres fantásticos como anões, elfos, orcs e trolls para os seus jogadores. Juntamente com isso, temos tabelas para ajudá-los na criação de seus personagens, desde quem eram antes de entrar na vida mercenária até qual seria o grande objetivo de suas vidas.

Após isso, contamos com todo um descritivo do cenário, mostrando o que cada estilo de vida pode trazer aos personagens, que podem vir a ser desde pessoas vivendo nas ruas, lutando para sobreviver dia após dia, chegando até aos que vivem no topo do mundo, com a tecnologia de ponta, sempre com tudo do bom e do melhor. Normalmente os jogadores estarão entre isso, lutando para conquistar seu lugar ao sol.

E como não poderia faltar, novas vantagens e complicações para deixar o personagem preparado para as aventuras, para todos os gostos, dos hackers que vão invadir sistemas, a soldados com vários implantes, chegando aos conjuradores, como os magos e xamãs.

E pensando na questão da magia, o livro traz dois novos antecedentes, o Mago e o Xamã. Os magos seguem uma linha mais padrão do que estamos acostumados a ver de conjuradores, enquanto os xamãs trazem personagens intimamente ligados à natureza, com seus poderes regidos através de um totem animal e a ajuda de espíritos elementais, dos mais diferentes níveis, que acompanham o poder do xamãs que os traz.

Invadindo sistemas

Para os jogadores que querem deixar a questão de magia de lado e entrar de cabeça no mundo tecnológico, o capítulo do ciberespaço é o que procura, com todas as regras das ações nesse ambiente, inimigos, chamados de GELOS, que podem ser encontrados ao longo das missões, os complementos que o personagem pode ter, para facilitar a sua vida ao longo das invasões, incluindo os decks, sistemas usados para as ações no ciberespaço e os mais diferentes níveis de segurança que os sistemas podem ter. Quanto melhor seu equipamento, mais fácil será sua missão através de um terreno hostil como esse.

É um capítulo curto, embora traga uma ideia muito divertida para os jogadores com  os jóqueis, personagens ligados a seus equipamentos de campo, como os carros autônomos e drones de combate, com uma grande vantagem em relação a outros equipamentos, por serem controlados via rádio ao invés de estarem conectados à rede, trazendo um grande apoio em missões de campo, desde a locomoção do grupo, espionagem com drones aéreos e de reconhecimento do bom e velho combate, com drones caçadores e atiradores.

Armado para matar

No capítulo de equipamento entram os mais diversos itens para suas aventuras, desde armas e armaduras tecnológicas a formas de locomoção variadas, como o hovercraft. Aqui entra um grande diferencial, os personagens não utilizam dinheiro para adquirir seus itens, e sim os Pontos de Logística, um personagem no estágio Novato começa com 10 pontos, que aumentam em 5 a cada novo estágio que atingir.

Os pontos não podem ser gastos da maneira tradicional, eles definem o limite de equipamentos que um personagem pode ter, além de outros usos na história, como por exemplo, o pagamento de suborno para entrar em uma área restrita., Por isso precisam ser gastos com sabedoria, não limitando apenas aos equipamentos.

Outro ponto que o cenário traz muito é o desprendimento dos equipamentos, o jogo incentiva os personagens a não se tornarem acumuladores deles, mantendo uma constante troca sempre preparados para qualquer situação que possa ocorrer nas missões.

Aqui podemos ver também como funcionam os implantes. Enquanto no começo do livro temos um descritivo de regras e vantagens que permitem o personagem aumentar o número de implantes que pode instalar, nos equipamentos entramos na descrição do que cada um faz, separados em implantes oculares, auriculares, cefálicos e corporais, além dos cibermembros, que auxiliam personagens que tenha se ferido gravemente em combate e precisem trocar alguma parte do corpo.

Após isso, somos apresentados a todo o restante dos equipamentos, armas corpo a corpo, que aqui são uma minoria em comparação a lista de armas de fogo, junto de uma lista de complementos que as tornam ainda mais mortais. E para os momentos fora de combate, temos acessórios como kits de sobrevivência, adesivos que ajudam na cura dos personagens e por fim a lista de veículos, dos mais simples aos mais luxuosos e pesados.

Sprawlrunners traz um universo bem clássico, para aqueles que desejam se aventurar em um cenário cyberpunk com Savage Worlds totalmente modular, permitindo que o mestre traga para sua mesa uma aventura à sua maneira, com todos os elementos clássicos do tipo. Um ótimo ponto de partida para aqueles que já conhecem Savage Worlds e que estão em busca de novas aventuras, como também para quem deseja conhecer o sistema.

Sprawlrunners pode ser encontrado à venda no site da Retropunk, tanto em sua  versão PDF quanto física, junto de materiais auxiliares para o cenário.

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